A vida militar é mesmo uma convivência social atípica, especialmente nas Polícias Militares onde a cultura rígida do regime muitas vezes vai além, quando os bons normalmente pagam pelo erro dos outros, pelo menos parcialmente.
Para quem é ou foi militar sabe que dentro de uma tropa quando um erra todos pagam para manter o sentimento de unidade, essencial na vida militar quanto à disciplina, mas isso é algo que deveria se restringir somente ao movimento para manter a ordem unida e ao emprego para a ordem marcial, no entanto essa cultura extrapola e prejudica grandemente o senso de justiça dos comandantes para com os subordinados.
Isso na prática acontece quando, normalmente dentro de centros militares, qualquer erro cometido pelo efetivo, mesmo o autor identificado e o fato não tendo nada a ver com a coletividade toda a tropa é advertida verbalmente, muitas vezes ouvindo duras palavras como se todos tivessem cometido o erro.
Ouvir sermão e ser chamado atenção pelos erros dos outros.
Os comandantes não atentam para o efeito que um procedimento desse modo pode causar na estima dos bons profissionais que se esforçam para trabalhar corretamente de acordo com a disciplina.
Ser disciplinado é um dever e um direito, mas ser um militar disciplinado e exemplar é um dever, um direito e um sacrifício digno de elogios.
Agora imagina homens que se esforçam para se manter na linha da disciplina militar terem que vez por outro passarem por situações dessa natureza e ainda terem de continuar como se nada tivesse acontecido!
Ser chamado atenção por causa do erro do outro pode causar dois efeitos diferentes: para quem comete o erro ser chamado atenção pode levar a refletir sobre o seu erro e dependendo do caráter, até se arrepender. No entanto, quem dentro de uma tropa é chamado atenção por causa de alguém que estar no seu meio, por fazer parte da coletividade vai sentir-se desmotivado e ver ignorado seu esforço de retidão.
É um senso de justiça equivocado.
O comandante de uma unidade ou mesmo fração de tropa jamais deveria fazer ou autorizar procedimentos dessa natureza, pois em vez de motivar a tropa vai desmotivar em detrimento de alguns que simplesmente poderiam serem chamados atenção separadamente ou terem punição mais séria sem nenhum incomodo para o restante da tropa.
Muitos comandantes não querem se dar esse trabalho por isso procuram o caminho mais fácil, assim também como não atentam que o ser humano é caprichoso. Muitos são os policiais militares que de bons profissionais passam a serem ruins por se cansarem de serem chamados atenção pelo erro dos outros, caem na baixa estima e concluem erradamente que não vale a pena se esforçar tanto para contribuir com a boa imagem da instituição policial, o pior é que primeiro prejudicam si mesmo profissionalmente.
Aos senhores comandantes é tempo de começar ver a tropa como uma unidade, mas cada indivíduo tem sua importância individual e deve ser respeitado como tal. A dignidade humana é preciosa. “AVANTEBRASIL”.
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