DEBATES DE PRAÇAS

Esse espaço é dedicado a todos que lutam no dia-dia para manter com o sacrifícil da própria vida essa nação, mesmo não reconhecidos pelos esforços concedidos e da marcha em busca dos direitos que lhes são negados.

Parnaíba PI

24.11.10

SE DEIXAR PODE COMPLICAR

A violência no Rio de Janeiro, nos últimos dias, e que ainda se estende, pode servir de laboratório, infelizmente. O conhecimento gerado deveria ser empregado em procedimentos policiais futuros em todo Brasil, positiva ou não, para ser aplicado ou aperfeiçoado.

Mas surge uma pergunta na qual até os menos esclarecidos já perceberam: é possível combater o crime utilizando apenas o aparelho policial do Estado?

Durante anos de tolerância com o crime como desfazer essa já formada cultura de impunidade no Brasil?

É preciso levar-se em conta que a maioria dos criminosos atuais são esclarecidos e não se incomodam com a simples presença da polícia, se o policiamento ostensivo não estiver acompanhado de um serviço de inteligência.

Nesse sentido a fraqueza do Estado com uma legislação que mais protege do que pune quem comete crime e a sensação de irresponsabilidade das pessoas gerada pela mentalidade pós-moderna da liberdade sem compromisso, criou-se uma cultura em que ninguém respeita mais ninguém e cada um por si tentando satisfazer individualmente seus desejos a qualquer custo e transformando quem deseja delinqüir em pessoas descomprometidas com a própria existência, quando os criminosos, para satisfazerem seus desejos não temem perderem sequer a própria vida, movidos pelas drogas.

O que fazer diante desse tipo de gente comprometida com uma falsa realidade?

Muitos gritam, e já até virou chavão: “policia nas ruas”. Como se a policia toda na rua pudesse resolver o problema da violência, cujo as causas se encontram num emaranhado de motivações todas de natureza egoísta em contraposição a coletividade. Claro que é preciso o máximo de policiais nas ruas, mas isso já virou neurose na cabeça de alguns ao ponto de deixarem os quartéis praticamente a própria sorte. Não é possível fazer a segurança de outro se a polícia não conseguir fazer sequer a sua própria. Aliás esse procedimento de colocarem todo o efetivo nas ruas a qualquer custo já custou e ainda pode custar muito caro no Estado do Piauí, onde não existe mais guarda do quartel e já houve invasões em unidades desprotegidas com perda de vidas de policiais.

Quando cito que o Rio de Janeiro deve servir de laboratório é devido o modelo de segurança pública adotado. Assemelha-se muito a “teoria de um policial em cada esquina”.

Ora senhores, se há um país e nesse país cidades e numa dessas cidades o crime fecunda em determinadas áreas; com esse modelo, fica fácil combater aumentando o efetivo de policiais, mas se os criminosos não forem presos irão para outros lugares e desses para outros e outros de acordo com a ocupação por parte da policia. Combater o crime com efetivos grandes de policiais é inviável economicamente para grandes extensões territoriais; um Estado inteiro, por exemplo.

Não se combate o crime com dissuasão, o crime combate-se com sufocamento, que significa prender os criminosos e através dos que forem presos demonstrar a eficiência do Estado desencorajando os demais. Mas em algumas cidades do Brasil, inclusive no Rio de Janeiro, o crime já chegou a tal ponto que até as prisões não dariam conta se todos os criminosos fossem presos. E se fossem não ficariam nas prisões, porque as leis não ajudam.

Um dos maiores problemas de um problema é deixá-lo se agigantar ao ponto de condicionar em si outras situações antes não comprometidas.

Pacificar os morros do Rio de Janeiro com esse modelo de policiamento é fácil, mas grandes partes dos criminosos não estão sendo presos. Esses se espalharão para outros bairros, cidades, Estados e o crime continuará.

É sabido que uma boa maneira de combater o crime é através da intimidação, fazendo o criminoso perceber que não vale à pena praticar crimes. Mas como fazer o criminoso temer a lei se a lei penal Brasileira não tem a capacidade de intimidar e, além disso, o criminoso não respeita sequer a própria existência da própria vida? Será que a sociedade estar caindo num dilema brutal? Será que a resposta não estar nos valores morais, que a tanto é desprezado atualmente, e se estar como resgatá-lo diante de uma sociedade que se acostumou cultuar as emoções sem ao menos ter a capacidade de controlar-la totalmente, em detrimento da razão?

Um dia um grande sábio falou: os homens somente conseguirão conviverem em harmonia quando conquistarem totalmente a liberdade, mas não precisarem fazer uso dela na totalidade.




“FÉ E LUTA”

Um comentário:

Anônimo disse...

domingo, 30 de janeiro de 2011
CAPITÃO É PRESO POR REIVINDICAR TRATAMENTO JUSTO A BOMBEIROS/RJ
Foi publicada no último boletim reservado do CBMERJ (27/01/2011) a punição de 12 DIAS de PRISÃO do Cap BM Lauro Botto, por reivindicar, através de uma mensagem de texto (SMS) enviada ao secretário Sérgio Côrtes, tratamento JUSTO aos verdadeiros BOMBEIROS que hoje estão subordinados à Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil.
O anacronismo dos regulamentos disciplinares dos militares estaduais ainda permite que tais situações como essa ocorram, ao arrepio do que preconiza a Constituição Cidadã de 1988. Militares Estaduais do Rio de Janeiro (BBMM/PPMM) têm limitados direitos garantidos constitucionalmente e sequer têm respeitado seu direito a livre manifestação do pensamento.
E parece que a partir de agora o ex-tenente médico demissionário, ex-futuro ministro da saúde e investigado pelos ministérios públicos estadual e federal, secretário Sérgio Côrtes, começou a revelar a nova maneira de lidar com as legítimas reivindicações da tropa: PRISÃO!
O Capitão Lauro Botto foi candidato a Deputado Federal(PV/RJ) nas últimas eleições e atualmente é suplente à uma vaga na Câmara dos Deputados, onde tramita o projeto de criação de um piso salarial para bombeiros e policiais de todo o país (PEC 300), sendo o referido oficial BM um dos maiores entusiastas da matéria no estado do Rio de Janeiro. Desde o ano de 2007, o Cap Lauro Botto participa de movimentos reivindicatórios legítimos e pacíficos e, apesar de sua ficha disciplinar ser livre de qualquer advertência ou punição, já fora transferido de quartel por 5 vezes no últimos 03 anos.
Enquanto isso, continua o desrespeito às funções constitucionais do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (UPA/SAMU/RecCadáveres), continua o desrespeito à hierarquia remuneratória dos militares estaduais (Op.Dengue, UPA, SAMU, "Boi-Lambeu", "350,00",...), continuam a perceber o PIOR SALÁRIO DO BRASIL, continua o desrespeito à paridade de vencimentos entre ativos e inativos do CBMERJ, continua a enorme insatisfação da tropa com o governo que declaradamente discrimina os BBMM, continuam sem Rio Card (auxílio-transporte) todos os Bombeiros do Rio de Janeiro e continua em um crescente sem fim a desmotivação de 99% dos "Homens de Cáqui" do CBMERJ.
E quem vai PRESO é o Capitão...