DEBATES DE PRAÇAS

Esse espaço é dedicado a todos que lutam no dia-dia para manter com o sacrifícil da própria vida essa nação, mesmo não reconhecidos pelos esforços concedidos e da marcha em busca dos direitos que lhes são negados.

Parnaíba PI

2.5.08

AVANTE PRAÇAS...

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Nas Polícias Militares os praças são o grosso do efetivo. Instituição secular; quando começou tinha uma seleção quase forçada no recrutamento desses homens valoroso, que eram tirados da camada mais pobre da população entre aqueles com o nível cultural mínimo; digo forçados pelas circunstâncias das condições econômicas de cada um, condições essas que lhes obrigavam aceitar o tratamento injusto, o qual eram submetidos, por não terem outra escolha. As condições de trabalho e as relações dos superiores para com estes sempre foi a mais injusta possível. Por muito tempo foi muito fácil exercer o controle absoluto sobre essa classe de profissionais, que sequer conheciam seus direitos constitucionais básicos, apesar de lidarem com a lei.

O treinamento militar, a ordem unida aliada a rígida disciplina e a hierarquia formam uma combinação, que molda e forma o homem quase uma máquina útil somente para obedecer ordens e suportar as injustiças sem reclamar. Por muito tempo e muitas gerações esses profissionais, devido seu grau de conhecimento baixíssimo, deixaram se submeter, passivamente a essa situação, condicionados psicologicamente dentro do sistema montado, que se encaixava perfeitamente no contexto social de então.

Atualmente, com o surgimento de novas mentalidades, mudanças nas leis e até o próprio cenário social, a Polícia Militar, que no passado se encaixava bem no tecido social, ainda insiste permanecer nos moldes antigos, e com o mesmo tratamento bruto para com os praças, que também mudaram. Essa insistência não tem mais compatibilidade na nova ordem vigente e as conseqüências à vista podem ser muito graves, porém, ainda ignoradas pelas autoridades superiores.

O fato é, que, mesmo diante da nova realidade, os que estão encima, ainda vêem a classe dos praças como eram a décadas atrás e querem dar o mesmo tratamento de outros tempos a quem já abriu os olhos e agora observa as manobras para lhes manterem em silêncio diante das injustiças.

O certo é que os praças da Polícia Militar já começaram sentir na própria pele os sintomas das mudanças na sociedade que o cerca, mas que ainda não chegou em si. Suas atividades estão constante e intimamente ligada a essas liberdades que é obrigado lidar no dia a dia para com os outros, mas não pode usufruir para si desse direito.

Diante disso, queira ou não, começa se formar, uma bolha de insatisfação no meio da classe e ganha corpo dia-dia.. O certo é que as Polícias Militares tornarem-se as instituição mais injusta do país e, inevitavelmente, se nada for feito, as conseqüências podem não serem boas no futuro. Os praças não são mais os mesmos, a sociedade não é mais a mesma, as outras instituições se adequaram aos novos tempos, apenas os gestores do governo que administram essas instituições, não mudaram suas posições para com os praças, que sustentam a espinha dorsal da instituição Policial Militar. Ou não há desejo de mudar a situação do jeito que estar?

É sabido que os governos dos Estados economizam muito com as Polícias Militares como ela é, pois são menores os custos, do que se fosse uma instituição que desse todos os direitos para seus funcionários. Em algumas situações fica realmente clara essa intenção, quando representantes do Estado se manifestam na imprensa sobre esse assunto. Às vezes beira a discriminação.

Senhores praças das Polícias Militares, é hora de fazerem valer para si o que fazem valer para os demais cidadãos, como guardiões do cumprimento da lei. Na conjuntura atual, às vezes, chega ser até uma contradição do que são obrigados fazerem para os outros e o que são obrigados cumprir internamente dentro das corporações Policiais Militares, para consigo mesmos. Não podem mais esperar mudanças de cima para baixo, por que essas não virão fáceis. É tempo de pressionar de baixo para cima pelos direitos básicos da categoria. Não recorrendo a políticos inescrupulosos para pedir favores, mais fortalecendo as associações e aproveitar as brechas da lei na justiça.

Estamos no tempo dos direitos humanos e das liberdades, vamos cobrar sim, isso não é só para bandido não; é para quem tem coragem de reivindicar.





“O BOM PROFISSIONAL MALTRATADO É UM PROFISSIONAL INSATISFEIT.”

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